Novos contextos e dinâmicas socioespaciais dos shopping centers no Brasil: o caso do Oeste Metropolitano do Rio de Janeiro

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Heloisa Mariz Ferreira
William Ribeiro Silva

Resumo

As novas dinâmicas socioespaciais de shopping centers instalados a partir dos anos 2000, em áreas da periferia pobre de metrópoles brasileiras, tornam-se centrais para compreender a urbanização contemporânea dos grupos de menores rendimentos, que adquiriram maiores capacidades de consumo, através, principalmente, do aumento do salário-mínimo, formalização do trabalho, disseminação do crédito e emergência de novos agentes credores, como grandes redes varejistas, concomitante à informalização e precarização do trabalho. Diante desse contexto, nosso interesse consistiu em analisar shopping centers implantados no Oeste Metropolitano do Rio de Janeiro, região da metrópole marcada por contingente populacional expressivo, atração de moradores dos segmentos de média renda, investimentos públicos e privados em infraestrutura e na base produtiva. Para tanto, realizamos coleta de dados e classificação das atividades econômicas, tipos organizacionais, escalas de atuação e unidades que ofertam cartões de crédito. Com isso, apreendemos elementos em comum e dessemelhantes a outros shopping centers, o que denota diversidade entre os empreendimentos, exigindo redefinições conceituais e analíticas e indica que expansão urbana tem se mostrado mais segmentada e com novas questões referentes à fragmentação urbana.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
Ferreira, H. M., & Silva, W. R. (2024). Novos contextos e dinâmicas socioespaciais dos shopping centers no Brasil: o caso do Oeste Metropolitano do Rio de Janeiro . Ikara. Revista De Geografías Iberoamericanas, (4). https://doi.org/10.18239/Ikara.3469
Secção
Artigos
Biografia Autor

Heloisa Mariz Ferreira, Unviversidade Federal do Rio de Janeiro

Doutora em Geografia pela Universidade Estadual Paulista. Pós-doutoranda na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Bolsista FAPERJ.

Referências

Alves, A.A., & Menezes, O.M.S. (2007). Cartão de crédito private label. A arma de crédito na mão do varejo. Novatec.

Cachinho. H. (2014). Consumerscapes and the cultural logic of shopping places. Cidades, 11(18), 38-63. https://doi.org/10.36661/2448-1092.2014v11n18.11995 / https://periodicos.uffs.edu.br/index.php/cidades/article/view/11995

Cassemiro, R.F. (2011). O papel do capital incorporador e do Estado na produção de moradias e na reestruturação urbana do bairro de Campo Grande – Rio de Janeiro (137 f. 2011) (Doctoral dissertation, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brazil). https://www.bdtd.uerj.br:8443/handle/1/13305

Chagas, G.M. (2017). A reestruturação territorial-produtiva de Itaguaí: ascensão e crise de uma cidade-símbolo do novo desenvolvimentismo fluminense (329f. 2017) (Doctoral dissertation, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Brazil). https://tede.ufrrj.br/handle/jspui/4410

Dávila, A. (2016). El Mall. The Spatial and Class Politics of Shopping Malls in Latin America. University of California Press.

Furini, L.A., & Góes, E.M. (2019). Novos significados do consumo: das práticas às representações. In E.D. Góes, I. Catalão, M.A.O. Magrini, L.A. Furini, M.J.V. Catelan & M.E.B. Sposito (Orgs.), Consumo, crédito e direito à cidade (pp. 150-175). Appris.

Gaeta, A.C. (1992). Gerenciamento dos Shopping Centers e Transformação do Espaço Urbano. In S.M. Pintaudi & H. Frúgoli Jr. (Orgs.), Shopping centers: espaço, cultura e modernidade nas cidades brasileiras (pp. 45-59). Editora da Universidade Estadual Paulista.

Góes, E.M. (2019). Habitus consumidor: a casa, o carro e a dívida. In E.D. Góes & I. Catalão & M.A.O. Magrini, L.A. Furini, M.J.V. Catelan & M.E.B. Sposito (Orgs.), Consumo, crédito e direito à cidade (pp. 47-76). Appris.

Goldfield, D.R., & Browell, B.A. (1990). Urban America: A History. Houghton Mifflin Company.

Gordon, J. (2005). Suburban Sweatshops. The Belknap Press of Harvard University Press.

Lazzarato, M. (2013). La fábrica del hombre endeudado. Ensayo sobre la condición neoliberal. Amorrortu.

Low, S., Taplin, D., & Scheld, S. (2005). Rethinking Urban Parks. Public Space and Cultural Diversity. The University of Texas Press.

Macedo, A.P. (2002). Produção imobiliária e segregação na periferia do Rio de Janeiro: o bairro de Campo Grande (156f. 2002) (Doctoral dissertation, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brazil). https://buscaintegrada.ufrj.br/Record/aleph-UFR01-000623622

Montenegro, M.R., & Contel, F.B. (2017). Financeirização do território e novos nexos entre pobreza e consumo na metrópole de São Paulo. EURE, 43, 115-139. https://doi.org/10.7764/2160

Montessoro, C.C.L. (2001). Presidente Prudente: a instalação de shopping centers e a reestruturação da cidade. In M.E.B. Sposito (Orgs.), Textos e contextos para a leitura geográfica de uma cidade média (pp. 215-234). Presidente Prudente: Pós-Graduação em Geografia da FCT/UNESP.

Neri, M. (2011). A nova classe média: o lado brilhante da pirâmide. Saraiva.

Newton, M. (2017). Shopping Mall. Bloomsburry Academic.

Oliveira, L.D., & Rocha, A.S. (2020). O extremo Oeste da Região Metropolitana do Rio de Janeiro: breve balanço analítico e novas agendas de investigação. In D.A. Pereira, & M.R. Silva (Orgs.), Reflexões em desenvolvimento territorial: limites, vivências e políticas no Oeste Metropolitano do Rio de Janeiro (pp. 109-123). Mórula.

Padilha, V. (2003). Shopping center: a catedral das mercadorias e do lazer retificado (Doctoral dissertation, Universidade Estadual de Campinas, Brazil).

Pereira, D.A., & Silva, M.R. (Org.) (2020). Reflexões em desenvolvimento territorial: limites, vivências e políticas no Oeste Metropolitano do Rio de Janeiro. Mórula.

Pintaudi, S.M. (1992). O Shopping Center no Brasil. Condições de Surgimento e Estratégias de Localização. In S.M. Pintaudi & H. Frúgoli Jr. (Org.), Shopping centers: espaço, cultura e modernidade nas cidades brasileiras (pp. 15-44). Editora da Universidade Estadual Paulista.

Pintaudi, S.M. (1989). Templo da mercadoria. Estudo sobre os shopping centers do estado de São Paulo (156 f. 1989) (Doctoral dissertation, Universidade de São Paulo, Brazil).

Rodrigues, M.O. (2014). Análise da dinâmica do comércio e dos serviços na zona oeste carioca: o exemplo do bairro de Bangu (RJ). (Doctoral dissertation, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brazil). https://www.bdtd.uerj.br:8443/handle/1/13260

Salata, A., & Chetry, M. (2015). Transformações sociais: nova classe média ou nova classe trabalhadora? In L.C.Q. Ribeiro (Org.), Rio de Janeiro: transformações na ordem urbana (pp. 197-220). Letra Capital.

Salata, A., Ribeiro, M.G., & Costa, L.G. (2013). Estrutura social e desigualdades de renda na região metropolitana do Rio de Janeiro na última década. In M.G. Ribeiro, G.L. Costa & L.C.Q. Ribeiro (Orgs.), Estrutura social das metrópoles brasileiras (pp. 293-316). Letra Capital.

Salgueiro, T.B. (1996). Do comércio à distribuição: o roteiro de uma mudança. Celta.

Scott, A., & Soja, E. (1996). The City. Los Angeles and Urban theory at The End of the Twentieth Century. University of California Press.

Scott, P. (1970). Geography and retailing. Hutchinson University Library.

Silva, V.L.S., & Azevedo, P.F. (2007). Formas plurais no Franchising de Alimentos: Evidências de Estudos de Caso na França e no Brasil. Revista de Administração Contemporânea, 11(spe1). https://doi.org/10.1590/S1415-65552007000500007

Silva, W.R. (2023). Shopping centers, centralidade e cidades médias. In C. Henriquez, W.R. Silva, V.A. Fernandes & G. Salazar (Org.), Urbanización y ciudades medias. Territorios y espacialidades en cuestionamiento (pp. 173-193). Geolibros.

Silva, W.R. (2017). Centralidade, shopping centers e reestruturação das cidades médias. In D.S. Maia, W.R. Silva & A.M. Withacker (Orgs.), Centro e Centralidade em Cidades Médias (pp. 199-226). UNESP – Cultura Acadêmica.

Silva, W.R. (2020). Shopping Centers e a expansão recente da Metrópole do Rio de Janeiro. In D.S. Maia, A.M. Rodrigues & W.R. Silva (Org.), Expansão urbana: despossessão, conflitos, diversidade na produção e consumo de espaço (pp. 64-113). Editora UFPB.

Soja, E.W. (1993). Geografias Pós-Modernas. A reafirmação do espaço na teoria social crítica. Jorge Zahar.

Sjoquist, D.L. (2009). Past Trends and future prospects of the american city. Lexington Books.

Sposito, M.E.B., & Góes, E.M. (2019). Da diferenciação à fragmentação socioespacial. In E.D. Góes, I. Catalão, M.A.O. Magrini, L.A. Furini, M.J.V. Catelan & M.E.B. Sposito (Orgs.), Consumo, crédito e direito à cidade (pp. 77-104). Appris.

Sposito, M.E.B. (2001). Novas formas comerciais e redefinição da centralidade intra-urbana In M.E.B. Sposito (Org.), Textos e contextos para a leitura geográfica de uma cidade média (pp. p. 235-254). Pós-graduação em Geografia da FCT/UNESP.

Sposito, M.E.B. (1991). O centro e as formas de expressão da centralidade urbana. Revista de Geografia, (10), 1-18.

Sposito, M.E.B. (2013). Segregação socioespacial e centralidade urbana. In P.A. Vasconcelos, & R.L. Corrêa & S.M. Pintaudi, A cidade contemporânea. Segregação espacial (pp. 61-94). Contexto.